quarta-feira, 19 de maio de 2010

Crescendo na fé





"Portanto vós também pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo." 2Pe 1.5-8

Existe um ponto basilar e comum a todos nós em nossa caminhada como discípulos de Jesus: a . Sem fé não podemos agradar a Deus (Hb 11.6), e nem ao menos desenvolver qualquer intimidade com o Pai. Mas haveria algo mais? A fé é o ponto de chegada ou de partida?
Conforme nos ensina a Palavra, a fé é o ponto inicial de nossa jornada espiritual. O Senhor espera que todos nós cresçamos não somente na fé, mas também em maturidade e conhecimento dEle. Para tal, algumas coisas são indispensáveis neste processo, e o versículo acima nos mostra o caminho. A primeira coisa a somar à fé é a virtude (gr. αρετη/areté), que significa “conduta virtuosa de pensamento, sentimento e ação”. Em outras palavras, os frutos de uma fé genuína é traduzida então em atitudes práticas. Afinal de contas, fé não é pensamento positivo, mas uma resposta à Verdade da Palavra. Esta resposta exige uma atitude correspondente. 
Seguido à virtude, encontramos a ciência (gr. γνωσις/gnosis) com o sentido de “inteligência, conhecimento e sabedoria moral”. Em outras palavras, uma fé madura traz consigo entendimento espiritual, conhecimento da Palavra e de Sua aplicação. Infelizmente, observamos hoje as mais diversas distorções e heresias provindas de interpretações errôneas, coisas já preditas pelos profetas nestes tempos do fim. Portanto, urge em nossos dias cristãos inteligentes e sábios na compreensão corretas das Escrituras. Somado a isso, é necessário a temperança (gr. εγκρατεια/egkrateia) que significa “autocontrole, força e robustez”. Portanto, aqui temos uma fé que não se abala pelas circunstancias, nem é influenciado por elas. Encontramos aqui não uma fé emocional, mas racional e sólida na Palavra, e não mais influenciada por fatos que rodeiam o cristão. Este tipo de culto agrada o Senhor!(Rm12.1).
Uma fé madura, que cresce no propósito também precisa de paciência (gr. υπομονη/hupomone), com o sentido de “estabilidade, constância, tolerância”. Portanto, um cristão estável, constante e tolerante não só com a imaturidade de outros, mas perdoador e conciliador. Afinal de contas, nossa luta não é contra carne e sangue, mas espiritual! É imprescindível um coração limpo e livre de mágoas se queremos experimentar uma vida plena com Deus! E o caminho é o perdão! Além disso, devemos somar à nossa fé a piedade (gr. ευσεβεια/eusebeia), que significa “fidelidade e respeito a Deus”.  Novamente, o aspecto de fidelidade é ressaltado. Lembre-se de que não há fé sem fidelidade! A fé tem que dar obras, e obras de fidelidade! 
Finalmente, encontramos o amor fraternal (φιλαδελφια/Filadélfia) e a caridade(αγαπη/agapao). Ambas se traduzem em “amor cultivado uns pelos outros, respeito pelo próximo, receber com alegria, satisfação e benevolência”. Como podemos perceber, o resultado final da fé é o cumprimento do resumo de toda a Lei: amar a Deus acima de todas as coisas, e amar ao próximo como a nós mesmos(Mc 12.29-31). Não um amor empírico e teórico, mas prático e palpável. É deste tipo de fé que precisamos: uma fé madura, que modifica nosso interior, nos torna mais íntimos do Pai e que se torna a cada dia um veículo poderoso do amor de Deus.
Naquele que é o Autor e Consumador da nossa fé,
Daniel Ben Iossef