sexta-feira, 19 de março de 2010

Eu nEle, cada vez mais eu


Deixo com vocês mais um excelente texto de um grande amigo meu...

"Eu nEle, cada vez mais eu"

“...e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus...”

Há muitas coisas que não sei, é verdade. Não sei o que se passa na cabeça das mulheres (alguém sabe??? kkkk), ou o que habita o coração do ser humano. Não sei quantas células há num único organismo vivo, nem mesmo quantos fios de cabelo possuo.

Não sei quantas são as estrelas do céu, os grãos de areia da praia, não entendo a dinâmica do sono, porque e como se dorme e acorda, como uma semente se torna um fruto ou uma árvore, como se dá o processo da concepção, como um ser pode crescer e sair de um outro ser... enfim, já deu pra ver que não sei um monte de coisas.

Não bastasse isso, a Bíblia me diz que não sei nem quem eu sou. Que desaforo não? Tudo bem que eu sou um cara complexo, cheio de irresoluções, mas convivo comigo há 29 anos ininterruptos. Como assim não me conheço?

Bem, segundo a Bíblia, minha vida está escondida, com Cristo, em Deus. Ah claro, não dava pra facilitar né? Além de escondida, está com Cristo e em Deus.

Considerando que Deus habita em luz inacessível e que Jesus é o mediador entre Deus e os homens, chego à seguinte conclusão: Jesus é o passaporte para a viagem do conhecimento de mim mesmo.


Encontrar-se com Jesus me leva ao meu verdadeiro eu, seja ele quem for. Parece insano. Eu sei, foi isso que pensei num primeiro momento. Mas, é a mais pura verdade.

Ao me analisar, não sem MUITA RELUTÂNCIA, tive que admitir, pra mim e para Deus que o “eu” que eu conhecia, não passava de um eu curricular, um eu para consumo externo e que atendia às demandas e projeções dos outros.
 
Muitas coisas que fiz, fazia e ainda faço, estão muito mais ligadas à reputação (o que eu desejo que pensem de mim), ou auto-engano (aquilo que eu mesmo desejo pensar de mim) que a minha essência.
 
Assim, vou mascarando traumas, complexos e medos sem admitir que a maioria das minhas atitudes tem a ver com demandas externas e não com necessidades internas.
 
Fachadas, fragmentos de mim vão ficando à mostra, dependendo de quem esteja vendo no momento. Por causa disso é que muitas vezes me espantei com reações minhas diante de situações, nas quais eu poderia jurar que seria diferente mas... não foi.
 
Tenho então 3 notícias. Uma boa, uma muito boa e outra melhor ainda.
 
A boa notícia é que é assim com todo mundo. O que se vê por fora, raramente é o que acontece por dentro. Daí as conclusões mais que óbvias.
  ·        Machões são, na sua maioria, meninos inseguros.
·        Promiscuidade é verniz pra carência
·        Agressividade é expressão do medo
·        Controle é, muitas vezes, narcisismo enrustido.
·        Inveja é admiração não assumida aliada a um complexo de inferioridade
·        Fixação pela aparência é a exteriorização de um pavor pela rejeição
·        Ganância é uma expressão do desejo de ser seu próprio deus
Poderia enumerar mais coisas, porém, já dá pra entender que vivemos "ao gosto do freguês".
 
A notícia muito boa é que Deus sabe disso.
 
Quando nos olha, Ele vê o âmago do nosso ser. Bonita a palavra não? ÂMAGO, mas pra ser bem direto, o que quero dizer é que Deus sabe que somos uma grande farsa, na maior parte do tempo.
 
Ele sabe que não sou assim tão legal, bom, solidário, prestativo e altruísta como pareço. Que podemos ter uma relação muito interessante, mas se você relar no meu filho eu não serei assim tão polido.
 
Sabe que eu cobiço às vezes, invejo de vez em quando, já puxei o tapete de outros, que menti várias vezes pra me beneficiar e que, mesmo depois de ter conhecido a Ele, ainda sou meio egoistinha.
 
Você deve estar se perguntando: Se essa é a boa, qual é a melhor notícia?

A melhor notícia é que ele tem um encontro com o meu “eu verdadeiro

Isso mesmo! Nem todo lixo que existe dentro de mim impediu o Senhor de desejar um encontro comigo, sabe por quê? porque Ele me ama.
 
Deus não conversa com esse eu projetado, farsante e mentiroso, esse AVATAR que deixo perambulando pelas esquinas da vida. O papo dEle é com quem eu sou, olho no olho, vis a vis.
 
Por isso as 2 maiores tolices da vida são:
 
·        Tentar se disfarçar

Nem mesmo o inspetor bugiganga, com todos os seus recursos, conseguiria fugir dos olhos de Deus, que estão por toda terra. Diante dEle estão nuas e patentes todas as coisas, inclusive eu e meu universo finito, confuso e particular.
 


·        Tentar copiar alguém

Não dá pra esquecer que foi Ele quem me fez, logo, eu sou assim e pronto. João e Maria serão sempre João e Maria e nunca o inverso.
 
Me irrita essa mania evangélica de formar um exército de soldadinhos de chumbo, vaquinhas de presépio, onde todo mundo é sempre igual. Ser espiritual é cantar, pregar, orar no microfone e blá, blá, blá. Quem não faz isso não está crescendo espiritualmente.

Ah, faça me o favor. Isso é zombar de Deus. Nem eu, que Sou péssimo desenhista, seria capaz de tanta mediocridade.
 
Quem pensa assim, se fosse Deus, faria os animais, as plantas, os frutos todos iguais, diferenciados por uma crachá (crente adora um cracházinho kkkkk).

Imagina só que mundo sem graça, incolor, inodoro e insípido. PELO AMOR DE DEUS, NÃO !!!
 
Portanto, a conclusão que chego é que o melhor a fazer é me render diante de Deus e reconhecer que ainda há muito o que mudar em mim até o grande Dia. Pois como disse um irmão "Aquele que COMEÇOU a boa obra em vós, há de completá-la ATÉ o dia de Cristo.
 
Quem pensa assim é
 
Humilde - pois sabe que Deus o conhece muito bem
 
Misericordioso - pois sabe que Deus o acolheu por amor e não por mérito
 
Paciente - pois sabe do trabalho que Deus está tendo pra mudá-lo
 
Autêntico - pois sabe que Deus o fez, do jeitinho que ele é.
 
Meu conselho, e também meu objetivo, é ser uma pessoa assim. Humilde, misericordiosa, paciente e autêntica.
 
Conhecedora das minhas limitações, mas não complexada, pois descanso no amor de Deus. Compreensiva com os outros, afinal de contas, todos estamos em obra, e autêntica, nunca me permitindo contaminar por essa doença de querer ser como quem quer que seja, pois o melhor que posso ser, é ser eu mesmo, e nada mais.
 
Mergulhe então em Deus, através de Jesus, e descubra que você é conhecido, lindo e amado, do jeito que é, afinal o Deus que criou as betúlas, o kiwi e a girafa, criou você. Portanto, SER DIFERENTE É A REGRA E NÃO A EXCEÇÃO.
 
"...pois somos feitura dEle..."

Eric Joia, RJ

quinta-feira, 18 de março de 2010

Mananciais no Deserto


"Permanece lá até que eu te avise" (Mt 2.13)


Ó coração inquieto que se debate contra as grades da prisão das circunstâncias, aspirando por uma esfera mais ampla de serviço. Deixe Deus dirigir os seus dias. Paciência e confiança, na monotonia da rotina, serão a melhor preparação para você aguentar corajosamente a tensão e o desgaste da grande tarefa que Deus poderá um dia mandar-lhe.

Eu me vi, por momentos, como em grades;
Como impedido pelas circunstancias.
De realizar, contente, o ministério
Que cuido arder em mim, dado por Ti.
Por momentos apenas; dou-Te graças - 
E foi assalto astuto do inimigo - 
Pois Tu, Senhor, Senhor das circunstancias.
És quem dirige todo meu viver.

Só quero estar humilde e bem disposto.
Aqui, ali, além: onde me ponhas;
Contando como alegre ministério.
Estando em ti, o derramar de Ti.
Até que hajas por bem, Senhor da Seara.
Fazer o uso que bem Te parecer
Desta chama que em mim fizeste arder.

Extraído do livro "Mananciais no Deserto"

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma nova cultura


“DEPOIS disse o SENHOR a Moisés: Entra a Faraó, porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos, para fazer estes meus sinais no meio deles ,E para que contes aos ouvidos de teus filhos, e dos filhos de teus filhos, as cousas que fiz no Egito, e os meus sinais, que tenho feito entre eles; para que saibais que eu sou o SENHOR”. Êxodo 10:1-2

Eis uma questão com o qual nos deparamos muitas vezes e temos dificuldade não sé de aceitar, mas de compreender: quando encontramos corações endurecidos, ou ainda situações adversas para o qual Deus nos envia. Afinal, partimos de um pressuposto de que Deus, quando comissiona, já preparou o caminho de antemão e tudo o que temos de fazer é falar de Sua Palavra, de Ser Reino.

Mas, na prática, nem sempre é assim. Encontramos pessoas com o coração endurecido, cínico muitas vezes, e pensamos que jogamos palavras ao vento, não percebendo quem realmente está sendo tratado....

Muitos encontram um paradoxo neste texto. Afinal, qual o motivo de Deus endurecer o coração de Faraó, e ao mesmo tempo mandar Moisés dizer que ele deveria deixar o povo ir? Em uma leitura despretensiosa, pode-se pensar em uma contradição, mas não é o caso aqui. O Senhor usa o coração de faraó já inclinado ao endurecimento para operar o Seu querer. E precisamos aprender que além do Egito ser alvo da ação de Deus, haviam outros alvos da obra que iria acontecer ali: Israel, Moisés e Arão.

Deus tinha dois objetivos claros, descritos no texto de Êxodo: fazer sinais no meio deles, e que eles propagassem a mensagem da salvação para seus filhos e os filhos de seus filhos.

Se num primeiro momento Deus iria se revelar através de sinais, mostrando que Ele é soberano, num segundo momento Sua intenção é criar uma nova cultura, um novo modo de encarar a vida, não mais sob o jugo da escravidão, mas onde pais e filhos desenvolveriam um relacionamento e uma cultura novas, tendo como pilar central e de sustentação a presença de um Deus Todo-Poderoso em seu meio. Até então, as novas gerações apenas conheciam a realidade da escravidão, e não sabiam o que era a liberdade, nem o motivo pelo qual foram formados por Deus. O homem pode se esquecer dos propósitos de Deus, mas Ele não!

Devemos entender isto: ao invés de nos acharmos vitimas das circunstancias e de todos,temos de olhar para o nosso interior e ver que caminhos temos trilhado. Será que estamos andando na autocomiseração, no orgulho de nos acharmos tão especiais que todos estão contra nós, entre outros sentimentos semelhantes? O Senhor nos fez livres de tudo isto, pois sabemos que há um papel definido para cada um em Seu Reino, e nele não há lugar para o ciúme.

Portanto, não esqueçamos que somos alvo do Seu amor, e faz parte de nosso treinamento como filhos do Altíssimo o lapidar de nosso caráter, vontade e emoções. Não é nada fácil – dói, reclamamos e nos entristecemos, mas não podemos esquecer que “...todas as coisas cooperam para bem daqueles que são chamados segundo o propósito de Deus” (Rm 8.28).

Como temos reagido às circunstâncias adversas, aos corações endurecidos próximos a nós?

Temos abandonado-os, ou entendido que aqueles que estão sendo tratados somos nós mesmos?

Naquele que nos ensina em todo tempo,

Daniel Ben Iossef

quinta-feira, 4 de março de 2010

Pequeno ensaio sobre salvação (3)



"Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios..." Êx 6.6

Qual a intensidade do peso da modernidade em nossas vidas?

Como administrar a vida profissional, familiar, pessoal num mundo tão conturbado? Onde o tempo tornou-se escasso, com os dias cada vez menores em nossa percepção?

Ao olhar a existência humana, vemos que muitas das "profecias" advindas da revolução industrial acabaram por não se concretizar. Ao invés de, com a automação das linhas de produção, o tempo estar mais disponível, o que vimos foi o aumento da carga de trabalho. Cada vez menos temos tempo para a família, para um tempo a sós com o Senhor. Aliás, a palavra aqui traduzida como cargas -  סִבְלֹת - traz o sentido de "andar de arrasto, desgastar, trabalho árduo".  Exatamente o que percebemos na cultura moderna, contaminada pelo pecado: um achatamento da vida humana, fragmentada em suas esferas de responsabilidades. A realização agora acha-se atrelada a fatores externos, como um novo status social, um novo carro ou uma gorda conta bancária. Coisas lícitas sim, com certeza. Mas como meio, e não como fim em si próprias.

A mídia em geral apregoa esta tendência. Propagandas em geral seguem este raciocínio, transmitindo a imagem de bem estar e felicidade sempre em conjunto com um bem de consumo. Mesmo inconscientemente, nossas relações acabam por sofrer influências deste tipo de mensagem  - assim, o diálogo tem se resumido àquilo que posso obter do outro, ao invés de nos perguntarmos o que podemos dar ao próximo...

Mas a boa notícia é que a salvação propõe uma nova maneira de encarar a realidade. Uma transformação que brota de nosso interior, trazendo o devido valor aquilo que realmente a tem. Enfim, uma revolução no modo como vivemos!

Esta é a proposta do Reino: sermos libertos do peso e da escravidão de uma vida regida por uma cultura fragmentada, pragmática e experimentar as novas sensações de uma vida livre - para amar o próximo, percebendo seu devido valor, e a Deus - que nos criou para sermos livres e para amar.

Você aceita este convite?

No Messias, que nos livrou da morte, 

Daniel Ben Iossef


quarta-feira, 3 de março de 2010

Que tipo de animal?



Li um texto interessante hoje, e repasso aqui para vocês...


"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim"
(João 14:6).

Alguns membros de igreja empacam como uma mula no que diz
respeito à obra do Senhor, mas, são astutos como uma raposa
quando tratam de seus próprios negócios; apressam-se como
uma abelha para espalhar as fofocas mas recentes, mas,
mostram-se quietos como um rato na divulgação do Evangelho
de Jesus Cristo. Muitos são cegos como morcegos, não
enxergando as necessidades do próximo, mas têm olhos de
falcão para ver as falhas de alguns. Alguns são ansiosos
como um castor sobre um churrasco, mas, preguiçosos como um
cachorro em relação às reuniões de oração. Alguns rugem como
um leão quando as coisas não lhes agradam, mas, são dóceis
como um cordeiro quando precisam do pastor da igreja. Alguns
são tão ruidosos como uma maritaca quando solicitam ajuda da
igreja, mas, tímidos como um gatinho para conversar com o
perdido e lentos como um caracol na visita aos desanimados e
enfermos. Muitos são como corujas nas noites de sábado, mas,
como percevejos nas manhãs antes dos cultos nos fins de
semana e escassos como os dentes da galinha nas noites de
estudo bíblico.

O nosso texto brinca com os nomes de alguns animais, mas
expressa uma realidade que existe em nossas igrejas.
Parecemos membros de um clube que se reúnem, como uma
rotina, em um determinado lugar no final de semana, para
cantar, colocar os papos em dia e voltar para casa com a
certeza de que cumpriu o seu dever religioso diante de Deus.

Mas será que isso que fazemos se chama "servir ao Senhor"?
Será que o fato de irmos à igreja mantém a nossa luz acesa e
brilhante? Será que temos plena convicção de que Deus se
agrada de nós e nos espera de braços abertos para com Ele
estar por toda a eternidade?

Mais do que colocar uma roupa bonita e rumar para o templo
nos finais de semana, o Senhor espera que compreendamos que
fomos salvos e separados para ser uma bênção em Suas mãos,
para testificar ao incrédulo das Suas maravilhas, para
transformar o ambiente de um mundo tenebroso com o propósito
de mostrar a todos que estão ao nosso redor, que Jesus
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Nós somos muito mais do que os bichos de nossa ilustração --
somos os filhos amados de Deus, herdeiros do Céu de glória.

No Messias,

Daniel Ben Iossef