terça-feira, 8 de junho de 2010

Quase...



“Porém depois o povo partiu de Hazerote; e assentaram o arraial no deserto de Parã” Nm 12.16


Que obstáculo hoje nos impede de dar o próximo passo? Como enfrentamos as situações do “quase” ?
Todos nós temos uma Canaã, uma terra que mana leite e mel como promessa. Mais ainda, como um alvo proposto pelo próprio Deus para cada um de nós. Claro, não uma terra física, mas uma posição onde podemos experimentar o Reino - nos relacionamentos, no lar, na vida profissional. À medida que caminhamos com o Senhor, temos nossa vida transformada e a esperança de um amanhã melhor se faz cada vez mais concreta. Afinal de contas, o Evangelho é poder de Deus para o homem, transformando-o e tornando real a redenção oferecida por Jesus.


Porém, nem tudo depende de Deus. O ser humano é dotado de livre-arbítrio, e neste processo algumas atitudes são fundamentais para conquistarmos nossa Canaã. Infelizmente, muitos não tem consciência disso e passam a viver no quase... Quase tiveram seu casamento restaurado; quase foram promovidos em seu trabalho; quase viram seus filhos no  caminho do Senhor. Quase. Isto pode gerar uma falsa idéia de abandono por parte de Deus, justamente quando estávamos às portas da Terra Prometida. E porquê não entramos? Teria Deus falhado conosco quando quase estávamos lá?


Encontramos aqui Israel prestes a tomar posse da promessa. Eles quase estavam lá. Existem aqui duas lições importantes se queremos experimentar as promessas de Deus. O texto nos mostra que eles saíram de Hazerote e foram até um lugar chamado Parã. O significado hebraico desses dois lugares traz, com clareza, a situação espiritual do povo. Hazerote significa “acampamento fechado, murado, isolado por si mesmo”, enquanto Parã significa “honrar, glorificar, embelezar”. Portanto, para poderem ser glorificados por Deus e viver as Suas promessas, eles tiveram que abandonar um estado de fechados em si mesmos, isolados do mundo e tomar uma outra postura, afim de se colocar na posição correta.


Vale a pena ressaltar a cidade no qual eles acamparam em Parã: Cades. Este nome vem do hebraico kadosh (קדש), que significa santo. A santidade é também resultado da vontade de abandonar as velhas práticas através do arrependimento e assumir uma nova postura diante da vida. Veja bem: Israel saiu de um momento de isolamento, da seguranças da proteção natural e partiu para o deserto. Um lugar inóspito, numa posição exposta, onde a sobrevivência dependeria unicamente de Deus. E ali montaram seu acampamento num lugar chamado santidade. É preciso coragem para olhar nosso interior, encarar a crueza do nosso "eu" e admitir que precisamos da graça do Senhor. Sem santidade ninguém verá a Deus, e viver em santidade implica em abandonar nossas "defesas naturais", render-se ao Senhor e ter a ousadia de caminhar num deserto cheio de perigos e tribulações, mas confiando no cuidado de nosso Deus.


Assim, se queremos estar efetivamente no processo de santidade e glorificação é necessário abandonar nossos muros de proteção, como o medo e a vergonha e viver plenamente com Deus, deixando-o operar livremente em nós. Neste ínterim, a cada dia seremos adornados e embelezados, tornando-nos a Noiva sarada e pura para o Noivo. Você está disposto?


Naquele que nos move de lugar,

Daniel Ben Iossef

Um comentário:

Reinaldo Carlos da Silva disse...

irmao parabens por teu blog enho a satisfação de realmente estar me alimentando de postagens abençoadas.

escrevi postagem sobre o casamento gay na Argentina, seria para mim uma honra se o irmão lesse e comentasse.