segunda-feira, 26 de julho de 2010
O extraordinário no ordinário
"Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no espírito e disse: graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve". Lc 10.21
Simplicidade...
Cotidiano...
Espiritualidade...
Creio ser uma das conseqüências da sabedoria a vivência da espiritualidade na simplicidade da vida, no bom chimarrão, na roda de conversa com amigos sinceros, na extraordinária ação de um Deus tão grandioso em nosso cotidiano tão insignificante.
Essas coisas me surpreendem no Evangelho. E quanto mais eu estudo, mais tenho aprendido a dar valor nas coisas mais simples. Yeshua discutia os meandros da Torá com os entendidos, mas Sua ação era vista na simplicidade dos que estavam à beira do caminho. Nestes o milagre da vida se tornava real. Aquele que perder a sua vida por amor de mim a encontrará...
A graça de Deus está logo ali mesmo, não é?
Daniel
sábado, 17 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
Visão e aprendizado
“Depois apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de Manre, estando ele assentado junto a porta da tenda, quando tinha aquecido o dia” Gn 18.1
O que tem poder para nos mover do lugar em que estamos? O que faria hoje você sair do lugar, da posição em que se encontra?
Todos nós precisamos de uma visão... uma visão de nós mesmos, de Deus, das pessoas que convivem conosco. Tudo passa pela visão. Compreendemos o mundo e as circunstâncias que nos rodeiam a partir da maneira como compreendemos, como interpretamos as informações que recebemos.
Vimos anteriormente que Abrão recebe um chamado de Deus, de sair de sua terra e parentela e partir rumo ao desconhecido, ao deserto. Também nós recebemos um chamado do Criador, de sair de uma vida integrada com o atual sistema maligno, e partir em uma jornada de desafios e conhecimento dEle. Hoje estamos não num deserto literal, porém encontramos um cenário bem parecido. No deserto não há conforto, provisão, caminhos definidos. Há o calor escaldante de dia, e um frio congelante à noite. Na sociedade atual, observamos os mesmos aspectos: conforto e contentamento atrelados a um conceito consumista e degradante, que exclui à marginalidade aqueles que não acompanham o seu ritmo; não há caminhos definidos para o individuo, mas uma massificação de idéias e conceitos que minam as estruturas bases da sociedade (leia-se família). Existe um ambiente de opressão, onde de todas as formas a individualidade é sacrificada em prol de uma homogeneidade maligna e perversa. Vide as recentes campanhas em prol do aborto, legalização de algumas drogas e filosofias anti-bíblicas.
No meio deste cenário, igualmente temos que todos os dias tomar decisões em nossas vidas – faço ou não faço, estudo ou não estudo, viajo ou não viajo. Muitas destas decisões estão ambientadas em situações adversas a nós. Mas o nosso Senhor sabe que precisamos de Seu auxilio, e assim como fez a Abrão, Ele nos dá uma visão de Si mesmo, de Sua natureza.
De acordo com o texto, “...o Senhor apareceu-lhe nos carvalhais de Manre...”. A conseqüência da obediência de Abrão foi que o Senhor aparece a ele, e o texto original informa que aparece para ensinar. Ensinar o quê? O caminho!
Deus quer se tornar visível para nós! Precisamos contemplá-lo em nossas vidas, e receber dEle a visão para as nossas vidas. Seu desejo é que vejamos Seus projetos para nós!
Portanto, recebemos primeiro o chamado, a ordem. E em seguida, a visão e o ensino se fazem necessários, para que alcancemos o objetivo do nosso chamado. E assim aconteceu com Abrão – ele recebe o chamado, depois a visão e o ensino.
A visão só se concretizará se aprendermos as leis que regem a criação. Se já sabemos o chamado, precisamos então da visão e do ensino. Se ainda não, este pode ser o dia de receber do Criador o seu chamado!
Lembremo-nos da ordem do Messias, logo após a Sua ressurreição:
“portanto, ide e ensinai (fazei discípulos) de todas as nações...” Mt 28.19ª
O que Jesus faz aqui? Uma ordem/chamado (ide), e o ensino. Devemos entender que o chamado está intrinsecamente envolvido com o ensino. Ambos caminham juntos e se complementam. Naturalmente, depois de recebermos a visão, é imperativo o estudo, o aprendizado. E não estamos nos referindo apenas ao conhecimento do campo teológico, acadêmico, mas de aprender a viver o aspecto mais prático do Reino: O AMOR. Nenhuma ação no Reino será legitimada se não for motivada pelo amor (1Co 13).
Sendo assim, o que todos nós devemos aprender?
Salmos 33:9 “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”.
O salmo nos ensina que tudo o que existe, desde rochas e minerais, até o ser humano em sua complexidade, só existem por causa da Palavra e da Ordem manifestada através dos mandamentos do Criador.
Portanto, na criação há uma ordem intrínseca colocada por Deus em tudo. Ela só existe e se mantêm devido a duas coisas: pela PALAVRA e pela ORDEM/LEI de Deus. O que os cientistas estudam? As leis de Deus! Os biólogos estudam as leis que regem a vida, os físicos pesquisam a ordem do universo, etc. A natureza nada mais é que um grande livro aberto, escrito por Deus, onde o homem pode aprofundar seu conhecimento sobre criação e seu Criador.
Por isso, precisamos aprender estas leis, pois a vida foi projetada para funcionar dentro delas. Se vivemos algo hoje que não corresponde com a realidade da Palavra, precisamos rever nossa postura e ajustá-la conforme o que aprendemos. Isto é bem claro quando analisamos o instinto que há nos animais. Dificilmente você verá, por exemplo, um gato com crise existencial e pensamentos suicidas por querer ter nascido como um cachorro, ou vice-versa. Na natureza, as leis de Deus foram introjetadas dentro do instinto natural; assim, um ser criado sabe “naturalmente” o que deve fazer para sobreviver. Um boi sabe que encontra tudo o que necessita no pasto onde vive, ao invés de suspirar sobre “como seria a vida debaixo do mar”. E nem ele se aventuraria a tentar viver no oceano, pois não foi criado para isso. Consegue perceber? A criação, como um livro aberto a nós, em seus aspectos básicos nos ensina a viver dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Criador. Só assim a vida pode acontecer e se desenvolver em sua naturalidade; fora disso, corremos o serio risco de ter a nossa existência comprometida. Portanto, fica claro agora discernir quantas esferas de nossa existência encontram-se em dificuldades por não estarem operando dentro daquilo que seria o ambiente natural delas. Precisamos urgentemente aprender estas leis!
Concluindo, vemos que existe uma profunda relação entre o chamado que há para todos nós, e a necessidade de aprender as leis da criação, e o modo como executá-las. Devemos buscar no Senhor o seu propósito para nós, na nossa família, na vida profissional, no ambiente eclesiástico. E somando a isso, praticar o amor, respaldado pela Palavra de Deus que nos ensina a respeito de tudo aquilo que necessitamos para viver bem. Não uma vida utópica isenta de adversidades, mas de paz e confiança em meio às tempestades.
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