sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O segredo dos ciclos




“E foi a vida de Sara cem anos, e vinte anos, e sete anos; este foram os anos da vida de Sara” Gn 23.1

Em uma versão mais próxima dos escritos originais, encontramos esta diferenciação entre os anos da vida de Sara, esposa de Abraão. Como sabemos que nenhuma palavra é colocada sem que haja um motivo, o que nos transmite esta diferenciação entre os anos de sua vida?

O relato bíblico nos mostra que seus cem anos foram como seus vinte. Que seus vinte anos foram como seus sete. E o que isso significa?

Que a vida de Sara foi formada por períodos. Que ela viveu seus cem anos da fase adulta como seus vinte anos de juventude, e que seus vinte anos de juventude foram como seus sete anos de infância. E ela nos ensina que todos nós devemos viver com intensidade o ciclo que estamos vivendo hoje. E isso é muito sério! Existem pessoas hoje indo à sepultura que estão ainda presas a situações da infância, do primeiro ano que freqüentou uma escola, de uma professora, de um colega... e já se passaram muitos anos do ocorrido!

A vida é formada de ciclos – seus cem anos foram como seus vinte anos, seus vinte anos foram como seus sete – e quando vivemos bem estas etapas, não teremos do que reclamar quando formos mais velhos. Como jovens não teremos do que reclamar de nossa infância; como adultos, não lamentaremos nossa juventude que passou, e já idosos, não iremos chorar um passado que nunca desaparece, que sempre nos acompanha. Infelizmente, existem pessoas que passam pelos ciclos e não percebem, sofrendo as conseqüências da imaturidade espiritual, emocional.

Por exemplo, vemos adolescentes buscando uma vida independente antes do tempo, querendo vivenciar situações que naturalmente experimentarão ao passar dos anos. Encontramos adultos presos ao passado, com suas vidas marcadas por posturas e atitudes infantis. Ou mesmo aqueles que, na terceira idade, sentem-se como crianças, sem um senso de realização advindo de uma vida adulta vivenciada. Portanto, encontramos pessoas que experimentam prisões na alma, enlaçadas a pessoas e situações há muito distantes no tempo. Pois mais que se esforcem para esquecer ou neguem o que há nos recônditos de sua alma, de tempos em tempos a memória floresce vívida em seus corações.

Duas atitudes são necessárias. Fechar as portas do passado, recebendo a verdade de Deus em nossos corações, em nossas almas e recebendo dele a cura de toda mágoa e ferida que porventura ainda estejam atados no coração, e viver intensamente cada ciclo em que nos encontramos. Não podemos negar a realidade que hoje nos cerca, mas podemos modificá-la se a nossa postura mudar – se entendermos que não podemos receber a plenitude de um novo ciclo enquanto estivermos presos em um período que naturalmente já se acabou.

Quando isso não ocorre de uma forma natural, normalmente observam-se aqueles que, a despeito de uma idade mais avançada, sentem-se ou agem como crianças pequenas. Em algum momento de suas vidas, algo ficou no meio do caminho. Talvez a falta de amor dos pais, ou a ausência da afirmação da identidade na adolescência. Seja qual for o motivo, uma parte da pessoa ficou para trás – presa a um período que já se foi. E precisamos reconhecer em nós se existe algo assim em nossas almas, de modo que possamos viver plenamente o ciclo em que nos encontramos hoje.

Este é o desafio: reconhecer o ciclo da vida em que estamos inseridos, e viver de acordo com a realidade deles. Devemos buscar a verdade do Senhor sobre cada período de nossas vidas, e substituir quaisquer mentiras e sofismas que estejam atuando como fortalezas em nossas mentes. Talvez não seja uma tarefa simples, mas com certeza, trará uma nova era em nossa vida.

Qual período você está vivendo hoje? Em qual ciclo se encontra? Existem ainda questões do passado mal-resolvidas, que precisam de uma intervenção divina?Seu passado tem impedido de viver o seu presente?

Viva o que o Senhor tem para você hoje...e amanhã, viva a novidade do dia que o Senhor trará!

Vivendo uma nova etapa,

Discernidor

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