quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Empreendedorismo - uma análise da vida de Abraão

                                                                  
O que determina o sucesso ou o fracasso num empreendimento?

Quando analisamos uma trajetória pessoal, profissional, qual a diferença entre aqueles que vencem e os que ficam pelo caminho?

No Brasil, atualmente, 27% das empresas fecham no primeiro ano de funcionamento, segundo dados do SEBRAE. Aqui podemos ponderar o fato de tantos projetos não saírem da gaveta, ou ainda os que páram na metade do caminho. Qual o motivo de tanta desistência ? Será esta a questão? As metas propostas pela atual cultura estão além de nosso alcance?

Será que sabemos lidar com os fracassos presentes na caminhada?

O que precisamos saber para terminar o que começamos?


Quando falamos de empreender algo, não queremos tratar apenas de negócios. De algum modo, todos nós temos sonhos e projetos que queremos ver concretizados em nossas vidas, não necessariamente profissional. Por exemplo, uma nova faculdade, um novo idioma, uma nova abordagem em nossos relacionamentos – familiares ou não.

E é aqui que surge o desafio: terminar o que começamos.

Vamos pensar um pouco nas promessas feitas na virada do ano. Um novo emprego, uma nova postura diante da vida, um novo regime, entre outras coisas – e quantas das propostas feitas por você mesmo se tornaram reais?

Quantas ainda estão na gaveta desde 02 de janeiro, quando prometemos tantas coisas a nós mesmos?

Este é o desafio. Terminar e perseverar em nossa trajetória de vida, não nos conformando com a frustração de planos que nunca se realizaram.

Mas o que é ser um empreendedor? Segundo Peter Drucker, o empreendedor é "aquele que aproveitam as oportunidades para criar as mudanças". Ou seja, alguém que consegue discernir nas circunstâncias que o cercam novos caminhos, novos horizontes de possibilidades. Afinal de contas, não podemos esperar novos resultados, novas situações se não promovemos isso! Muitas vezes caímos no erro de ficar à mercê de outros, e o conformismo vai tomando conta da mente e do coração. O resultado? O tempo passa, e a poeira vai se acumulando sobre os projetos e sonhos que temos.


Como mudar este quadro?


Qual o "ponto de virada", a partir do qual podemos experimentar de uma forma concreta uma mudança de vida?


Acompanhe comigo alguns aspectos da vida de Abraão. Vejamos o início de tudo, no capítulo 12 de Gênesis:


"E disse o Senhor a Abrão: sai da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei" Gn 12.1


A primeira coisa que nos chama a atenção na vida de Abraão é que tudo começa a partir de uma palavra - e disse Deus a ele...  

Podemos iniciar de muitas maneiras diferentes. Pode ser uma situação de desconforto que vivemos, um sonho que queima em nosso coração, a busca de uma nova perspectiva de vida. Todas são válidas – o diferencial aqui é como começamos. Qual o parâmetro que utilizamos para nortear nossas ações? Nossa opinião, idéias de outras pessoas? Abraão aqui valeu-se da Palavra de Deus – ou seja, esta nova fase que se iniciava seria fundamentada na revelação que ele tinha da vontade de Deus para ele.


E como podemos buscar estar mesma orientação? – Pense comigo: como conhecemos alguém? Como podemos desenvolver um relacionamento, uma amizade, senão pelo diálogo?

E o que entendemos por diálogo? Nada mais que a troca de palavras/informação entre duas ou mais pessoas... assim, se queremos conhecer alguém, não há outro modo senão pelo conhecimento de suas Palavras. Como cristãos, o meio pelo qual conhecemos nosso Criador se dá através de Sua Palavra. Se acreditamos em Deus, mas desconhecemos Sua Palavra – o que Ele aprecia, o que O desagrada, e desta forma desenvolvemos um relacionamento saido com Ele.

O segundo ponto que nos chama a atenção foram as situações que Abraão deveria deixar para trás, a fim de poder viver uma nova vida:

Vejamos o texto:

E o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. Gn 12.1

Vejam os 3 níveis de relações que Abraão teria que dispor para o novo empreendimento em sua vida:

  1. Sair de sua terra – fala do ambiente em que ele vivia, seu cotidiano. Esta é a primeira barreira que enfrentamos quando queremos o novo em nossas vidas. O obstáculo aqui é que toda mudança gera um desconforto. Por isso, não gostamos de mudanças. Descobrimos ali muitas coisas velhas, guardadas há tempo de nem sempre apreciamos o que vimos.
  2. Sair da parentela – deixar para trás velhos círculos de amizade e convivência – ainda que não sejam necessariamente destrutivos. Este é o segundo nível, onde abdicamos da segurança do convívio daqueles que conhecemos.
  3. Sair da casa do pai – o mais difícil, pois fala de deixar o que por anos nos deu segurança para. Aqui deixamos os laços familiares que nos prendem...não é à toa que Deus ordena que o homem deixe pai e mãe para constituir uma nova família.

Observe que a ordem parte do nível MACRO para o MICRO, ou o mais interior. É um processo que não pode ser ignorado se queremos realmente viver em novidade de vida.

Interessante observar uma feita por Jeffrey Keller, presidente da Attitude is Everything : "É impossível criar novos hábitos se continuar preservando o ambiente que estimula os velhos hábitos dos quais você quer se livrar"

Por isso, Deus muda Abraão de lugar, quebrando todo vínculo com coisas que poderiam de alguma forma impedir sua caminhada em direção à uma nova vida. O que nos chama a atenção aqui é que Deus iria mostrar no caminho o propósito de tudo. Ele saiu sem saber para onde ia!

Este é o desafio de todo cristão: buscar a partir de uma Palavra de Deus a mudança, tão necessária a todos nós. Sair da posição de derrota, desânimo e buscar forças em Deus para superar os obstáculos que aparecem diante de nós, todos os dias.

Acima de tudo, deixar todo embaraço que para trás fica, caminhando em frente com a confiança de que Aquele que começou a boa obra em nós há de terminá-la!

Isso é um empreendedorismo cristão, com efeitos em toda a nossa existência.

Estamos mesmos dispostos a viver o novo?

Naquele que nos dá a vida, 

Daniel

Nenhum comentário: