quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Como vai a sua igreja?


Shalom!
Repasso a vocês um excelente texto do Pr. Oziel Alves, do instituto Jetro, traçando um breve perfil da igreja cristã moderna.
No Messias,
Discernidor
Como vai a sua igreja?
Oziel Alves
Não é novidade para ninguém. Nas últimas duas décadas, milhões de igrejas evangélicas em todo o mundo, passaram por grandes transformações. Algumas nos usos e costumes; outras tantas no próprio ritual de culto. Na música houve um avanço considerável.
Nas artes, conquistas inimagináveis. No sermão de exortação um abrandamento da palavra, privilegiando muito mais a prosperidade e a felicidade terrena do que mesmo "a vida eterna" como a maior recompensa para os sofrimentos deste mundo.
Para ganhar as massas a Igreja aderiu à mídia. Investiu em marketing, programas de relacionamento e entretenimento. E, assim como o mundo corporativo, passou a adotar técnicas - de evangelismo, discipulado, formação de liderança e gestão de pessoal -, muito semelhantes às estratégias utilizadas pela administração secular, como a definição de metas e público-alvo. Resultado? Templos superlotados.
Mas, afinal, diante de tantas novidades que tem incrementado a população das igrejas será que o "evangelho pregado" está sendo relevante para as pessoas? Ou é a mídia, a boa música e os programas de entretenimento que têm levado multidões à congregar numa denominação?
Será que a inserção de programas estratégicos cada vez mais criativos, tem ajudado no crescimento espiritual de seus membros ou estes programas apenas tem mantido a membresia ocupada?
Cientes de que quando se trata de crescimento espiritual, números não necessariamente determinam o sucesso de um ministério, uma das igrejas evangélicas que mais se destacam na ênfase em métodos estratégicos de treinamento e discipulado, a Willow Creek Community Church (WCCC), com sede em Chicago (EUA);
na pessoa de seu fundador Pastor Bill Hybels - Líder desta organização que envolve mais de 12 mil igrejas associadas em 35 países - admitiu publicamente no último Leadership Summit (uma conferência internacional realizada para cerca de 80 mil lideres eclesiásticos em todo planeta) que alguns dos projetos e estratégias, que há muito tempo eram, utilizados e aplicados pela igreja, com o fim de executar a missão:
"transformar pessoas ímpias em seguidores verdadeiramente comprometidos com Cristo", apesar dos excelentes resultados numéricos, não estavam contribuindo para o amadurecimento espiritual de sua membresia.
Uma afirmação no mínimo desconfortável para uma organização multimilionária que há 30 anos tem estimulado a liderança de igrejas evangélicas espalhadas por todo o planeta a reproduzir seus programas, métodos e estratégias, já que aparentemente eles produziam bons resultados.
A constatação do pastor Hybels teve base numa pesquisa qualitativa intitulada Reveal: Where are you? (Revele: Onde você está?) que, realizada entre os anos de 2004 e 2007 com os membros da própria Willow Creek e outras 30 igrejas, "revelou resultados estrondosos e inimagináveis" diz Hybels.
"Queríamos saber quais os programas e atividades da igreja estavam realmente auxiliando as pessoas a amadurecer espiritualmente e quais não atingiam essa meta". A surpresa ficou por conta da revelação dos resultados.
Na opinião daquelas pessoas que ainda não haviam se decidido por Cristo e também daquelas que após a conversão davam os primeiros passos na fé, a igreja obteve a seguinte classificação "atende plenamente as nossas necessidades".
Porém, um quarto daqueles que se auto-intitularam "Pertos em Cristo, isto é pessoas que já passaram da fase "primeiro amor" ou ainda "maduros na fé" declararam estar insatisfeitos com o papel da igreja em seu crescimento espiritual.
Mais alarmante ainda foi descobrir que 63% deste público, que frequenta esta Igreja referência, considerou deixar a denominação. Foi aí, que o alarme soou em todo o mundo. Afinal, como uma igreja que é tida como referencial de programas e estratégias para ganhar e consolidar pessoas pode chegar a esta conclusão?
"Nós cometemos um erro" admite o pastor que agora pretende fazer modificações nos cultos do meio de semana e inclusive no culto de domingo. Como? Possivelmente, diminuindo o entretenimento e ministrando a palavra de forma mais efetiva e contundente. "Descobrimos que algumas das coisas em que investimos milhões de dólares, pensando que auxiliariam as pessoas a crescer e a se desenvolver espiritualmente, não estavam ajudando tanto."
No entanto programas mais simples, aqueles que privilegiam os aspectos mais básicos da vida cristã, e que ironicamente não exigem tantos recursos para serem postos em prática, foram justamente as coisas das quais os membros mais sentiram necessidade na igreja. "O que nós deveríamos ter feito quando as pessoas cruzaram a linha da fé e se tornaram cristãs, era ensiná-las que é de sua responsabilidade a busca pelo alimento espiritual.
Nós deveríamos ter cuidado das pessoas, ensinado-as, a ler suas Bíblias entre os cultos e como praticar suas disciplinas espirituais mais agressivamente e por contra própria" constatou o líder.
Bill Hybels chamou a pesquisa de "O despertar de sua vida adulta" e sua sinceridade em admitir o erro, lhe rendeu muitos elogios, mas também críticas pelos 5 continentes. Também pudera, depois de se destacar com uma das 25 pessoas mais importantes, entre as personalidades americanas, seus passos e livros tem sido seguidos à risca por milhões de líderes, e seus projetos e idéias tem influenciado milhares de igrejas, inclusive no Brasil.
Entre erros e acertos, uma coisa é certa: A igreja pode inovar em todas as áreas, porém a palavra de Deus permanecerá imutável. O crescimento espiritual tão discutido e almejado por muitos, nunca dependerá de programações suntuosas, espetáculos, 40 passos, simpósios, conferências e estratégicas de marketing. Esta condição necessária à vida de todo cristão só pode ser adquirida através do jejum, da oração, do relacionamento com Deus à sós, da leitura bíblica diária, Ú comunhão em Cristo e do relacionamento sincero com os irmãos. E estas coisas? Bem, elas não precisam de grandes investimentos.
O evangelho é simples.
É para todos e está acessível até as mais humildes congregações.

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