quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Recebi e repasso a vocês...




Shalom a todos!



Recebi do meu amigo Eric uma reflexão interessantíssima....por isso, estou compartilhando com vocês!


No Messias,


Daniel Ben Iossef


Hoje foi um grande dia. Não houve qualquer acréscimo em minha conta bancária. O mundo continua caótico. A fome não foi erradicada e a pobreza permanece em franca expansão. Os índices de mortalidade continuam alarmantes e os males como violência, doenças, corrupção, promiscuidade e tantos outros ainda não dão sinais de enfraquecimento.



A grandeza do dia também não é reflexo de melhorias no meu universo imediato. Meu filho não passou no vestibular, minha esposa não foi promovida. Minha mãe não comprou uma casa nova nem meu sogro trocou de carro. Meus cachorros continuam fazendo “caca” onde não devem e meu emprego ainda apresenta as mesmas peculiaridades. Com toda essa “não mudança” meu dia foi muito bom. Hoje fui liberto e isso me fez muito bem.



Como assim liberto ? as mentes mais afoitas já imaginariam uma sessão de exorcismo com direito a benção do óleo ungido, água benta ou qualquer outro elemento que satisfizesse as exigências do modelo evangélico/católico de libertar. No entanto, me sinto livre de uma prisão algoz atávica, a prisão da mente.


Há muito um clamor arde no meu peito. Um desejo genuíno de ser eu, ser autônomo, ser feliz. Porém a necessidade de ser aceito pelo grupo desacompanhada de um senso crítico equilibrado me impulsionou a uma falsificação do ser.



Venho há algum tempo em luta interna com meus fantasmas e finalmente me sinto livre. E por mais incrível que possa parecer me sinto muito feliz pela liberdade de pensar. É isso mesmo, pensar !



Me dei conta que nossos guetos sociais nos enclausuram numa estrutura hermética, de linguagem determinada, pré-fabricada. Não eu não gosto disso. Gosto de pensar, transigir, racionalizar. Estou saturado do evangeliquês que de tão tacanho encontra dificuldade de comunicação com o pecador.



Fiquei olhando e analisando minha forma de viver, meu olhar a respeito do mundo e me percebi dentro de uma engrenagem incapaz de atender até mesmo os meus próprios anseios que dirá ser a resposta para as demandas sociais. Como cumprir então a grande comissão sem reavaliar minha posição ?



Reflito hoje com seriedade sobre o evangelho que fui ensinado. Quais as motivações incutidas na filosofia templocionista atual ? Há frialdade ou fervor ? Bem sei que a Palavra assegura que nos últimos dias os homens seriam mais amigos dos prazeres do que de Deus mas, não haveria nenhuma parcela de culpa pra mim ? Tenho eu sido de fato um sal que salga ?



Expressões como “Deus tem um plano pra você” ou “Jesus pode mudar a sua vida” tem que impacto na vida de quem ouve ? O evangelho importado dos EUA trouxe no seu bojo um programa auto-executável que ao entrar em contato com uma sociedade com tantas necessidades como a América do Sul rapidamente se tornaria num grande manual de auto-ajuda com direito a um mordomo divino e um tempero de hedonismo no prato servido pela máfia clientelista e utilitarista que compõe a casta de pseudo-sacerdotes do século 21.



Pra mim chega! Quero pensar e viver. O meu Senhor, O Eterno – Baruch atá -, é um Deus criativo e inteligente que não se coaduna com o processo de burrificação perpetrado pelas várias instituições da sociedade, inclusive a igreja. Pensar não é o problema e sim pensar diferente. Não faça isso, não fale aquilo, não isso, não aquilo, não aquilo outro. São muitos nãos que não encontram correspondentes porquês.



Quero ser povo e não público. O grito sufocado é por pensar, refletir, ponderar, transigir, encontrar novos meios, se reinventar. Quem disse pra mim que cultura e espiritualidade se dissociam? e pq eu acreditei?



Oração, leitura da Palavra, jejum, adoração e comunhão não são excludentes de raciocínio. Formação acadêmica não é antagônica ao crescimento espiritual. Jesus estudou muito, Paulo nem se fala, todos os grandes homens de Deus na história estudaram e muito. Pensar é um dom de Deus e quero usá-lo para glorificá-lo.



Se pudesse aconselhar aos jovens eu diria: Pensem. Não sejam massa de manobra dos caciques espirituais. Não se permitam amoldar a um sistema religioso que não contém a vida de Deus. Busquem, no viver diário expressar a vida de Jesus. Se submetam ao Espírito Santo e se permitam ser a cada dia transformados. Tornem-se mais parecidos com Jesus. Amem a todos, sirvam aos homens com alegria, optem por uma vida simples, livre do fluxo esmagador do consumismo capitalista desse mundo, calem a ansiedade da alma por adquirir, comprar, possuir... semeiem o altruísmo.


Abram os olhos e enxerguem ao seu redor, sempre há um vizinho doente, um amigo necessitado, um próximo idoso, órfão, viúva. Invista o seu dinheiro naquilo que é pão nas mais variadas formas (livro, música, vídeos, alimento) e compartilhem com tantos quantos puder. Conheçam a Deus e se multipliquem em conhecimento no homem.



Pensar, pensar, pensar...


Eric Jóia

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