terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O dilema de um deus pequeno



“Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido. E depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha ordenado: fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e sacrificaram-lhe, e disseram: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito”
. Êx 32.7,8

O momento supremo da revelação de Deus ao povo estava acontecendo. Israel estava acampado ao pé do monte Sinai, onde aguardava seu líder receber instruções do Senhor. Entretanto, a despeito de tudo o que Deus havia realizado na libertação do Egito, um sentimento de insatisfação começava a tomar conta de seus corações. Algo pequeno mas que cresceu com o tempo revelando-se na adoração do bezerro de ouro.

Mas o que teria motivado a construção de um ídolo?

Devemos ter em mente que aquelas pessoas haviam passado toda a sua vida debaixo da opressão da escravidão, vendo o modo como os egípcios se relacionavam com seus deuses - eram deuses de pedra, manufaturados pelas mãos dos sacerdotes do Egito. Assim, esta era a maneira como eles percebiam a relação entre o homem e seu “Deus”. Uma troca de favores do tipo "faça-isso-e-receba-aquilo", ou algum tipo de escambo de favores. Deste modo, determinava-se uma relação homem-deus de um modo onde o "deus"apenas era um servo, com poderes especiais e de algum modo "bipolar", com mudanças bruscas de humor, mas ainda assim, fazendo aquilo que era pedido ou determinado pelo povo. De algum modo, podia-se prever as ações daquele deus, baseando-se na compreenção de seu humor e vontade de favorecer ou não a colheita, por exemplo. Isso também entende-se por idolatria.

Mas o que é idolatria? Podemos compreender isto a partir da perspectiva de o homem ser maior que seu deus. De poder dar ordem a ele, e determinar o que fazer o não fazer. É relacionar-se com a divindade sem a necessidade de prestar contas de seus atos. Algo parecido como as estórias de gênios da lâmpada, que obedecem a seu amo.

Notamos no texto a ênfase que o Senhor dá ao descrever a situação do povo a Moisés: o “eu”. Eles se corromperam, desviaram-se do caminho e fizeram para si o ídolo. Aqui o sujeito da frase é o homem, e a sua vontade prevalecendo a despeito dos mandamentos dados a ele pelo Senhor. Algo perfeitamente natural na vida de todo aquele que se relaciona de alguma forma com um ídolo: quem sobressai é o seu "eu". Desenvolve-se então uma diálodo "eu-coisa", e não "eu-tu". O foco dos relacionamentos baseados em "eu-coisa" estão fundamentados nos benefícios obtidos a partir desta relação para o "eu", e não ao que se relaciona comigo. São diálogos egoístas, mesquinhos e trazem consigo uma percepção distorcida da realidade e do próximo, tratando-o e dando valor a ele na medida que sou beneficiado com tal relação. Quando então o outro não tem mais utilidade, é prontamente descartado.

Quantos se relacionam com Deus desta forma? Quando se prega uma mensagem do tipo "venha para Deus, e todos os SEUS sonhos se realizarão, ou SEUS problemas serão resolvidos" ( não que isso não aconteça - mas como consequencia, e não como finalidade) que tipo de "cristão"é gerado? Será alguém centrado no que pode dar aos outros e ao Reino de Seu Deus, ou alguém que busca resolver SUAS questões e depois saiu pelas portas do fundo da igreja ou passar o resto da vida esquentando um banco? De onde surgiram "cristãos" que oram e agradecem por propinas recebidas? Por um dinheiro ilícito como resultado de uma vida com Deus? Que Evangelho é este? Estamos em crescimento ou apenas estamos "inchando" a igreja? De nada adianta uma "cidade ganha prá Jesus", com a maioria de habitantes "crentes" se a criminalidade e os índices sociais despencam dia após dia. Onde estão o sal da terra e a luz deste mundo? Será que o Evangelho perdeu seu poder? Ou será o modo como apresentamos a mensagem dada pelo Messias, centrado no EU e não no próximo? O que Jesus ensinava a respeito disto?

A idolatria produz cegueira - vemos como rapidamente eles esqueceram das maravilhas operadas por Deus em seu meio, e tudo o que tinham em mente era dar vazão à necessidade de tocar naquilo que compreendiam como sendo a figura de Deus. A idolatria altera a maneria como percebemos a realidade ao nosso redor. E afeta profundamente a maneira como pregamos e vivemos esta mensagem.

Do mesmo modo, tudo aquilo que representa de alguma forma um ídolo em nossas vidas, diminuindo ou obstruindo nossa compreensão da natureza de Deus deve ser eliminado e quebrado, pois pode trazer como conseqüência o afastamento de Deus e a perda da Palavra - os dois pilares de sustentação na vida de qualquer homem.

Portanto, que possamos lançar por terra tudo aquilo que pode ter a dimensão de um ídolo, e adoremos somente ao verdadeiro Deus!

Naquele que toma os mares com a concha de Suas mãos,

Daniel Ben Iossef

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Espiritualidade e dinheiro



Shalom a todos!

Reproduzo abaixo um excelente texto do Igor, meu professor do curso de teologia.

Boa leitura!


"Em um mundo em que o poder financeiro é um ídolo, para uma pessoa que queira manter sua espiritualidade integrada com seu estilo de vida, é fundamental fazer uso de alguns princípios. Diferente do que muitos podem imaginar, não vou escrever sobre 10 passos para ficar milionário, 7 princípios para acumular tesouros ou 666 dólares para virar uma besta quadrada. O que proponho neste breve post é expor alguns princípios éticos, que pessoalmente adoto, para lidar com a dimensão financeira da vida sem tornar o "dinheiro" e o "consumo" ídolos.

Antes de tudo, digo princípios, pois diferente do que comumente ouve-se, o salvo procura uma vida de justiça, não para se justificar, pois a justificação dá-se pelos vínculos de fé com Cristo, e a salvação é exclusivamente por graça. Neste sentido, a teologia reformada é muito elucidativa.

Porém, o salvo continua no mundo e em constante conflito com os ídolos de seu tempo, sendo assim, a experiência da salvação traduz-se em missão ou na linguagem paulino-reformada, vocação.

A ideia de vocação tem raízes no "chamamento" de Israel, a teologia de Paulo é derivada de uma tradição anterior. A presença de uma nação livre da escravidão (Egito), envolveria algum tipo missão. A libertação não é só "de", mas principalmente "para". Este "para" fala de um "fim", de um "propósito", ou em grego um "télos".

A salvação é pela graça, mas a atuação do salvo, seu papel vocacional, envolve tornar-se "servo da justiça" (Rm 6), o que significa que a atuação do vocacionado pode ser iluminada pela lei, daí o conceito de teonomia* tão propalado por teólogos reformados, que pode ser definido como:

[...] Teonomia é a legislação inspirada por Deus, estabelecida em sua soberana lei da criação... A peculiaridade do Calvinismo é a ideia de que Deus é Senhor e o legislador de todos os homens. Esta ideia pode ser encontrada em Calvino, em sua percepção da vida cristã, quando disse: "nós somos propriedades de Deus, e não somos proprietários de nós mesmo", e "deixe a Sua vontade, então, ser a influência fundamental sobre todos os nossos atos"[...]**

O homem precisa abordar as coisas e o seres da criação segundo princípios da soberania de Deus. Uma relação desorientada, pode conduzi-lo a uma experiência de "apropriação" que é idólatra. A lei regula a relação do salvo com o mundo criado, ela evita o ascetismo, que priva o homem dos desafios das bençãos do mundo criado, mas também, o protege de um apego idólatra. A lei deixa claro, quem é criatura, criação e quem é o Criador. Este é um princípio ético do calvinismo muito próximo da abordagem dos judeus chassídicos da Europa no século XVII.

Então quais princípios "teonômicos" podem ser aplicados na relação do salvo com o dinheiro?

Segue uma sugestão, são princípios que me orientam neste sentido:

1) O dinheiro não pode se tornar um ídolo, Mamom não pode ter primazia sobre Cristo;
2) O dinheiro é meio e não fim;
3) O dinheiro deve prestar um serviço à vida humana e não um de-serviço, o que significa que brigas, discórdias, avareza e outros, não podem existir na vida de um cristão, se isso acontecer, o dinheiro é um ídolo a ser quebrado;
4) Imagine-se sem dinheiro, imagine-se lesado, se isto lhe causa algum desespero, ou passa pela cabeça abandonar a Deus por causa disso, o dinheiro é um ídolo, quebre-o;
5) Não é o dinheiro que te sustenta, mas Deus. Ele o fará como quiser, com dinheiro, com maná, com trabalho, como ele quiser.
6) Meu sustento não vem do meu trabalho, vem de Deus, que pode usar o trabalho para este fim;
7) Trabalhe porque é mandamento trabalhar, o trabalho é um culto, sendo assim o faça com diligência, criatividade e dedicação, o que vem não é resultado do trabalho, mas é graça de Deus. É mandamento "seis dias trabalharás"!

8) Não lide com o dinheiro como proprietário, mas como "gestor", "administrador", faça uso inteligente, mas lembre-se que a relação de "posse" é idólatra, o princípio bíblico é de "hospitalidade", tudo que desfrutamos de Deus é por "graça", a graça do anfitrião;
9) Não se encante com os produtos na vitrine, use roupas simples, compre um carro popular, ande de bicicleta, compre uma casa simples. Crie um equilíbrio entre "dignidade" e "modéstia". É possível viver uma vida de qualidade, com um bom café da manhã, sem ter o melhor carro, a melhor casa, etc. Economize!
10) Doe, seja generoso, doe sem limites. Dê o quanto o Senhor o mover para isso.


Esses são princípios que procuro viver, que regulam meu comportamento e minha forma de ver o mundo e as riquezas. Há outros princípios secundários, mas sem dúvida, se você elaborar uma lista de princípios você será iluminado com a "lei da liberdade" e não com a "autonomia" vendida pelo ocidente. Somente o salvo em Cristo pode desfrutar da liberdade da lei. Esses princípios poderiam ser recheados de referências bíblicas, mas nascem de um ethos judaico-cristão, de uma cosmovisão fundamentalmente monoteísta.
_____________
* Teonomia: Do grego theos (Deus) + nomos (lei).
** Geesink, William (1931) (in Dutch). Gereformeerde ethiek. Kampen. p. (pages unknown).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um acerto de contas...



“Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” Rm 8.29

Você já parou para pensar sobre o plano geral que o Senhor tem para sua vida? Já se perguntou a respeito do interesse do Pai em trabalhar, com paciência, em sua existência e em seu caráter?

No versículo acima, vemos que o Criador, em sua presciência, já conhecia a cada um de nós e assim planejou para que fôssemos conforme a imagem de Seu Filho. Mas o que seria, então, ser a imagem de Jesus?

Para entendermos este conceito, vamos um pouco mais além. Aprendemos anteriormente que a redenção operada por Jesus alcançou todas as esferas da vida humana, não se restringindo apenas a “salvação eterna”. Ela opera aqui e agora na restauração dos nossos relacionamentos, na maneira como lidamos com as adversidades, na perspectiva com que compreendemos o mundo. Portanto, à medida que a salvação opera em nós, vamos também voltando ao plano original de Deus, de sermos aqui na terra representantes de seu Reino, feitos conforme sua imagem e semelhança. E ser a imagem de Deus é ser um representante do Criador, estabelecendo Sua autoridade no mundo e sustentando Seus direitos como Senhor; ou seja, a criação teria no homem a figura da vida e do Senhorio de Deus. Vemos isso na vida em Jesus como representante do Pai na terra, afirmando que quem O via, via o Pai (Jo 12.45). Ele restabeleceu este principio perdido na queda do homem, disponibilizando-o a todos nós. E é nosso dever representar o Pai perante a criação.

Interessante porque a palavra usada no original para semelhança, no texto de Gênesis, é usada por Paulo ao escrever o versículo acima! Assim, é necessário avaliar o quanto, em nosso dia a dia, representamos o Reino, o quanto temos a imagem de Deus restaurada em nós.

Mas alguns pontos-chave precisam ser trabalhados em nós. Sabemos que não servimos a um Deus fragmentado, alheio ao cotidiano da vida humana, mas sim, a alguém que é tudo em todos. Como afirma Abraham Kuyper, importante estadista e teólogo holandês do século 19, “Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: é meu!”. E importa que hoje avaliemos o quanto temos servido e vivido como inteiros, experimentando o processo de restauração de nossa identidade como filhos de Deus, ou o quanto ainda carregamos o fardo de uma vida fragmentada, alheia ao fluir da vida que brota da intimidade com o Pai. Pois é um processo natural para todo aquele que recebe o Reino experimentar a redenção da sua existência, a começar aqui e agora.

Anteriormente, vimos que Jacó havia saído de sua casa e rumado ao lugar indicado por seu pai. Ele atravessa o deserto, encontra-se com seu tio Labão, e ali a sua vida se desenvolve. Após muitos anos, Jacó recebe a ordem de Deus para retornar à terra de seus ancestrais, e algo interessante observamos no mandamento dado por Deus:

“Eu sou o Deus de Bet-El, onde Me erigiste um altar, onde Me fizeste uma promessa. Agora, levanta, sai desta terra, e volta à terra do teu nascer”. Gn 31.13

Deus ressalta um lugar específico em sua jornada, onde promessas foram feitas. Um marco onde o Pai havia marcado e mudado a história de Seu filho. Ali Jacó recebera a promessa de Deus (Gn 28), de ter a sua descendência como a areia do mar quando nem esposa ele ainda tinha! Ali ele tem a visão da escada que ligava a terra ao céu; ali sua vida mudava para sempre. E em seu processo de reconstrução de sua identidade, Deus tencionava aprofundar Seu tratamento com Jacó e, para isso, faz menção novamente ao altar.

O altar nos fala de sacrifício, de morte, de entrega. Onde o ego e a natureza carnal morrem, dando lugar a vida de Deus em nós. Procurações não têm validade; nós mesmos devemos encará-lo. Pois não há cura e restauração sem que passemos por ele. Não há acerto de contas sem altar.

À medida que se aproxima da terra de seus pais, ele recebe a noticia de que seu irmão Esaú vinha a seu encontro. E com quatrocentos homens! Certamente Jacó imaginou que aquele seria seu fim. Por isso, ele decide novamente “dar um jeito”, dividindo sua comitiva em duas, além de enviar presentes para que a ira de Esaú fosse aplacada. Como havia feito durante toda sua vida, novamente Jacó teria de sobreviver, a despeito das promessas de ajuda recebida da parte de Deus. Mas agora, Deus vai removendo suas “muletas”, para que pudesse aprender que a salvação vinha apenas do Senhor! Como sua angustia aumentava a cada instante, ele ora a Deus e faz menção das promessas recebidas. Finalmente, ele se encontra sozinho no Vau de Jaboque, onde tem um encontro face a face com Deus. Ali ele recebe uma marca, e só depois ele vai se encontrar com Esaú.

Vemos nesta situação Deus claramente agindo no sentido de tirar todo apoio de que Jacó poderia dispor. Suas posses, empregados e até sua família. Sua intenção era deixá-lo só, o que de fato aconteceu, de modo que pudesse trazer à tona seus medos e sofismas para tratá-los e curá-los. Jacó agora, mesmo lutando, aprendia que dali em diante ele não poderia mais viver usando de subterfúgios, mas da dependência de Deus para todas as coisas. Um novo tempo começara em sua vida.

Só então ele vê o milagre de Deus. Seu relacionamento com Esaú é restabelecido, e ele parte em direção à sua jornada, a terra de seus pais. Interessante o que a Palavra nos relata deste momento:

“E veio Jacó, íntegro (shalom), à cidade de Shechem, que está na terra de Canaà…E erigiu ali um altar e denominou-o: Deus , o Deus de Israel”. Gn 33.18-20

Interessante que, no texto original, a Palavra descreve o novo estado de Jacó como íntegro: shalom. A idéia da palavra shalom não é apenas paz, mas entrar num estado de integridade e unidade, de participar de um relacionamento restaurado; paz, prosperidade, bens, saúde, inteireza, segurança. A vida de Jacó nunca mais foi a mesma. Mais tarde, ele volta a Bet-El, e tem sua nova “identidade ”confirmada por Deus, depois de edificar novamente no lugar onde Deus lhe havia aparecido.

Portanto, não devemos temer o altar de Deus! Não devemos nos angustiar quando o Pai tira todo apoio que temos, e nos deixa vulneráveis, de modo que tudo o que há em nosso interior venha à tona, e Ele mesmo possa tratar. O caminho do altar é um caminho de solidão, de morte…mas seu fim é a vida! É ali onde acertamos nossas “contas” com Deus, e nos tornamos “inteiros”, para vivermos novos tempos de conquistas. É necessário que velhos hábitos sejam deixados de lado, a fim de que o novo venha a nós. Precisamos, agora, não apenas ter a shalom, mas ser a shalom!

Naquele que é o Sar Shalom, o príncipe da paz,

Daniel Ben Iossef

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Notícias apocalípticas!



Uma nota rápida, mas um assunto de suma importância:

"A Casa Branca instou Israel e palestinos nesta quinta-feira a fazerem mais para abrir o caminho a novas negociações de paz, depois que o presidente Barack Obama recebeu um relatório sobre o status dos esforços de paz dos Estados Unidos na região.

Obama está enviando ao Oriente Médio o diplomata George Mitchell, em uma última tentativa para reiniciar as negociações de paz paralisadas entre os dois lados, disse a Casa Branca em um comunicado."

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4057579-EI8141,00-EUA+pedem+a+Israel+e+palestinos+que+acelerem+os+esforcos+de+paz.html

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O segredo dos ciclos




“E foi a vida de Sara cem anos, e vinte anos, e sete anos; este foram os anos da vida de Sara” Gn 23.1

Em uma versão mais próxima dos escritos originais, encontramos esta diferenciação entre os anos da vida de Sara, esposa de Abraão. Como sabemos que nenhuma palavra é colocada sem que haja um motivo, o que nos transmite esta diferenciação entre os anos de sua vida?

O relato bíblico nos mostra que seus cem anos foram como seus vinte. Que seus vinte anos foram como seus sete. E o que isso significa?

Que a vida de Sara foi formada por períodos. Que ela viveu seus cem anos da fase adulta como seus vinte anos de juventude, e que seus vinte anos de juventude foram como seus sete anos de infância. E ela nos ensina que todos nós devemos viver com intensidade o ciclo que estamos vivendo hoje. E isso é muito sério! Existem pessoas hoje indo à sepultura que estão ainda presas a situações da infância, do primeiro ano que freqüentou uma escola, de uma professora, de um colega... e já se passaram muitos anos do ocorrido!

A vida é formada de ciclos – seus cem anos foram como seus vinte anos, seus vinte anos foram como seus sete – e quando vivemos bem estas etapas, não teremos do que reclamar quando formos mais velhos. Como jovens não teremos do que reclamar de nossa infância; como adultos, não lamentaremos nossa juventude que passou, e já idosos, não iremos chorar um passado que nunca desaparece, que sempre nos acompanha. Infelizmente, existem pessoas que passam pelos ciclos e não percebem, sofrendo as conseqüências da imaturidade espiritual, emocional.

Por exemplo, vemos adolescentes buscando uma vida independente antes do tempo, querendo vivenciar situações que naturalmente experimentarão ao passar dos anos. Encontramos adultos presos ao passado, com suas vidas marcadas por posturas e atitudes infantis. Ou mesmo aqueles que, na terceira idade, sentem-se como crianças, sem um senso de realização advindo de uma vida adulta vivenciada. Portanto, encontramos pessoas que experimentam prisões na alma, enlaçadas a pessoas e situações há muito distantes no tempo. Pois mais que se esforcem para esquecer ou neguem o que há nos recônditos de sua alma, de tempos em tempos a memória floresce vívida em seus corações.

Duas atitudes são necessárias. Fechar as portas do passado, recebendo a verdade de Deus em nossos corações, em nossas almas e recebendo dele a cura de toda mágoa e ferida que porventura ainda estejam atados no coração, e viver intensamente cada ciclo em que nos encontramos. Não podemos negar a realidade que hoje nos cerca, mas podemos modificá-la se a nossa postura mudar – se entendermos que não podemos receber a plenitude de um novo ciclo enquanto estivermos presos em um período que naturalmente já se acabou.

Quando isso não ocorre de uma forma natural, normalmente observam-se aqueles que, a despeito de uma idade mais avançada, sentem-se ou agem como crianças pequenas. Em algum momento de suas vidas, algo ficou no meio do caminho. Talvez a falta de amor dos pais, ou a ausência da afirmação da identidade na adolescência. Seja qual for o motivo, uma parte da pessoa ficou para trás – presa a um período que já se foi. E precisamos reconhecer em nós se existe algo assim em nossas almas, de modo que possamos viver plenamente o ciclo em que nos encontramos hoje.

Este é o desafio: reconhecer o ciclo da vida em que estamos inseridos, e viver de acordo com a realidade deles. Devemos buscar a verdade do Senhor sobre cada período de nossas vidas, e substituir quaisquer mentiras e sofismas que estejam atuando como fortalezas em nossas mentes. Talvez não seja uma tarefa simples, mas com certeza, trará uma nova era em nossa vida.

Qual período você está vivendo hoje? Em qual ciclo se encontra? Existem ainda questões do passado mal-resolvidas, que precisam de uma intervenção divina?Seu passado tem impedido de viver o seu presente?

Viva o que o Senhor tem para você hoje...e amanhã, viva a novidade do dia que o Senhor trará!

Vivendo uma nova etapa,

Discernidor

Notícias apocalípticas!




O Polo Norte vai se tornar um mar aberto durante o verão no prazo de uma década, segundo dados divulgados hoje por um grupo de exploradores que pesquisaram o Ártico por três meses.

O grupo Catlin Arctic Survey, liderado pelo explorador Pen Hadow, mediu a espessura do gelo durante o trabalho realizado neste ano na parte norte do Mar de Beaufort, no Polo Norte. Suas descobertas mostraram que a maioria do gelo da região é gelo que deforma de um ano para outro, com profundidade de apenas 1,8 metro e que vai derreter no próximo verão. Tradicionalmente a região apresenta gelo mais espesso, acumulado em vários anos, que não derrete tão rapidamente. Reportagem da Agência Estado.

“Com a maior parte da região coberta por gelo que se forma de um ano para o outro, ela está claramente mais vulnerável”, disse o professor Peter Wadhams, que integra o Polar Ocean Physics Group da Universidade de Cambridge, que analisou os dados. “A área tem mais probabilidade de se tornar um mar aberto a cada verão, indicando a data potencial quando o gelo de verão do oceano tiver desaparecido completamente”.

Wadhams disse que os dados do Catlin Arctic Survey dão suporte a um novo consenso de que o Ártico não terá gelo de verão em 20 anos.

Matin Sommerkorn, do World Wildlife Fund (WWF) disse que o mar ártico tem uma posição central no sistema climático da Terra. “A perda de cobertura de gelo tem recentemente sido avaliada como algo que vai iniciar potentes respostas climáticas que terão impacto além do próprio Ártico”, disse ele. “Isso pode levar a enchentes que afetarão um quarto da população mundial, aumentos substanciais das emissões de gases do efeito estufa de grandes reservatórios de carbono e tornar mais extremas as mudanças climáticas globais”.

Nova rota

O aquecimento global elevou o interesse sobre a questão da soberania no Ártico, porque o encolhimento do gelo polar pode abrir uma fonte de desenvolvimento e novas rotas marítimas.

O rápido derretimento do gelo aumentou as especulações de que a passagem noroeste ligando os oceanos Atlântico e Pacífico pode um dia se tornar uma rota marítima regular.

O resultado da análise dos dados foi divulgado enquanto negociadores se preparam para um encontro em Copenhague para esboçarem um novo pacto climático.

EcoDebate, 15/10/2009

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Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2009/10/15/pesquisadores-estimam-que-o-gelo-de-verao-do-artico-desaparecera-em-10-anos/