quinta-feira, 3 de abril de 2008

Refrigério no deserto (3)


“Decorridos quarenta anos, apareceu-lhe no deserto do monte Sinai um anjo, por entre as chamas de uma sarça que ardia...disse-lhe o Senhor...Vi, com efeito, o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi o seu gemido, e desci para liberta-lo.Vem agora e eu te enviarei ao Egito.” At 7.30;33,34.

Essa foi uma longa espera, em preparação para uma grande missão.Quando Deus parece “tardar”, Ele não está inativo.Está preparando seus instrumentos, está deixando amadurecer nossos poderes; e no momento aprazado, nos levantaremos à altura da nossa tarefa.Mesmo Jesus de Nazaré permaneceu trinta anos no silêncio, crescendo em sabedoria, antes de começar a sua obra.

Deus nunca está com pressa.Ele gasta muito tempo preparando aqueles que pretende usar para um serviço mais importante na Sua obra.Ele nunca considera o tempo da preparação demasiadamente longo nem desnecessário.

O ingrediente mais difícil de se suportar é, muitas vezes, o tempo.Um golpe agudo e rápido é suportado mais facilmente, mas quando um sofrimento se arrasta por anos longos e monótonos, e a cada dia continua presente, com a mesma rotina enfadonha de irremediável agonia, o coração perde a força, e sem a graça de Deus, certamente cairá num amargo desespero.
Longa foi a prova de José, e, muitas vezes, Deus tem de gravar Suas lições no nosso coração por meio do fogo e de uma dor prolongada.”Assentar-se-á como um ourives e refinador de prata”, mas Ele sabe por quanto tempo, e como um verdadeiro ourives Ele diminui o fogo no momento em que vê a Sua imagem no metal brilhante.Podemos não ver agora o resultado do plano grandioso que Deus está ocultando na sombra de Sua mão; e este pode ser-nos ainda oculto por muito tempo; mas a fé pode estar certa de que Ele está assentado no trono, esperando calmamente pela hora em que, em arrebatamento e adoração, diremos: ”Todas as coisas contribuem juntamente para o bem”.
Sejamos, à semelhança de José, mais cuidadosos em aprender as lições na escola da dor, do que ansiosos pela hora do livramento.Há um “se necessário” para cada lição, e quando estivermos prontos, por certo virá o livramento, e descobriremos que não poderíamos ter permanecidos firmes no nosso posto de serviço, sem as lições que aprendemos na fornalha da provação.Deus está-nos educando para o futuro, para um serviço mais elevado e para bênçãos mais sublimes; e se temos qualidades que nos habilitam para uma posição de autoridade, nada nos poderá impedir de ocupa-la, quando chegar o tempo de Deus.
Não roubemos da mão de Deus o amanhã.Devemos dar-lhe tempo para falar conosco e revelar-nos a Sua vontade, Ele nunca está atrasado; aprendamos a esperar.

Não corramos afoitamente adiante do Senhor; aprendamos a esperar pelo Seu tempo: tanto o ponteiro dos minutos como o ponteiro das horas precisa estar apontando o momento da ação.

Extraído do livro: “ Mananciais no Deserto”

Nenhum comentário: